sexta-feira, 18 de julho de 2008

Azeitona, a Banda Sonora

A norte-americana Arrah Fisher, compôs quase na totalidade a banda-sonora original de "Azeitona"

A ex-vocalista da banda indie "Arrah and the Ferns", autores do álbum "Evan is a Vegan" (2007), aceitou o repto lançado pelos realizadores e compôs 7 temas originais que irão ornamentar a estética do filme. Para além de Arrah, a BSO conta ainda com a colaboração dos portugueses Bruno Vasconcelos (vocalista dos "The Guys From Caravan") e David Santos aka "Noiserv", nomes emergentes no panorama musical português.

As faixas estão disponiveis no myspace através do link http://www.myspace.com/azeitonaofilme.

Azeitona, o Trailer



Agora divulguem, pa ver se ultrapassamos os 3000 views do "Vale Abragay"

terça-feira, 8 de julho de 2008

Oliveira: Raiz

(Excerto do guião)

"(...)
16 - INT. QUARTO DE OLÍVIA - DIA
Olívia entra em casa. A sua mãe, com os phones postos, dança no meio do quarto. É surpreendida por Olívia.

OLÍVIA
Bravo, Happy Feet!

MÃE DE OLÍVIA
(Falando muito alto)
Que música é esta que vocês ouvem?

Olívia tira-lhe um phone do ouvido.

OLÍVIA
Estás a perguntar-me a mim? Ou ao vizinho da frente?

Mãe de Olívia sorri.

MÃE DE OLÍVIA
(dançando de forma estranha)
É bom. Tem ritmo.

OLÍVIA
Tu é que não... Que dança é essa?

Mãe de Olívia pega na mão de Olívia e apela à dança desta.

MÃE DE OLÍVIA
Há quanto tempo não danças?

OLÍVIA
Queres dizer dançar, dançar? Ou abanar-me como se tivesse Parkinson?

Mãe sorri e põe um phone no ouvido de Olívia.

MÃE DE OLÍVIA
Fecha os olhos.. Andas muito tensa, filha...

OLÍVIA
Tensa, eu? Só sinto o Mundo todo a desmoronar-se, à minha volta... Nada preocupante.

MÃE DE OLÍVIA
Precisas mesmo de aprender a dançar!

OLÍVIA
Ah! E é contigo que vou aprender?

MÃE DE OLÍVIA
Posso não saber muita coisa. Mas dançar é comigo!

OLÍVIA
Ahã! Dá para ver... Só por curiosidade, já alguém te disse que já começou um novo milénio?

MÃE DE OLÍVIA
Não sabes mesmo dançar, pois não? Não tem a ver com estilo. É uma questão de harmonia... equilíbrio... Tens que te adaptar ao ritmo. Sente: Um, dois! Um, dois!

OLÍVIA
Mãe, por favor...

MÃE DE OLÍVIA
Um, dois! Tens de encontrar essa harmonia. És tu e a música. Nada mais interessa. Ela marca o passo e tu deixas-te guiar.

OLÍVIA
Mãe... Estiveste a beber?

MÃE DE OLÍVIA
Quando perceberes isso, vais encontrar a tua harmonia.

OLÍVIA
Ok, estiveste a fumar...

Olívia tira o phone do ouvido e afasta-se da mãe.

MÃE DE OLÍVIA
Tens de saber dançar com a tua vida, filha. Encontrar o equilíbrio.

OLÍVIA
E onde está o teu, mãe?

MÃE DE OLÍVIA
(pára de dançar)
Posso falhar em muita coisa; Ser a mãe mais falhada do Mundo! Mas podes ter a certeza de uma coisa: Nunca nego uma dança quando a vida me pede!

OLÍVIA
Ai vives em... harmonia? A tua vida é maravilhosa, não haja dúvida!

MÃE DE OLÍVIA
Podes crer que sim! Podes crer que sim! È maravilhosa porque tenho-te a ti! Mais milhões de pequenas coisas que me fazem sorrir a toda a hora!

OLÍVIA
Ya: Cannabis, ganza, vodka...

MÃE DE OLÍVIA
(triste) Devias mesmo aprender a dançar...

Mãe de Olívia põe o phone, recomeça a dançar e fecha os olhos. Olívia sai de casa.

(...)"

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Media, O Interior

Já se encontra nas bancas o jornal O Interior com um artigo de Igor de Sousa Costa sobre "Azeitona".

"Alunos de Cinema da UBI realizam tributo a Manoel de Oliveira
“Azeitona” reúne grandes actores na Covilhã

Orlando Costa, Teresa Madruga, Rui Santos e Fernando Taborda são alguns dos actores que participaram em "Azeitona". Quatro mestrandos de Cinema na Universidade da Beira Interior (UBI) convidaram outros tantos grandes nomes da representação em Portugal, aos quais se juntou Pedro Azevedo, director de fotografia, algumas jovens promessas do cinema e vários jovens da Covilhã. A experiência e a aprendizagem reuniram-se no trabalho académico de Ana Almeida, Humberto Rocha, João Gazua e Luís Campos, partindo de um trocadilho semântico em redor da vida e obra de Manoel de Oliveira.

«O tema foi visto com alguma relutância pela generalidade dos grupos pois, para além de ser um tema muito fechado, o cinema de Manoel de Oliveira é alvo de um preconceito que nós próprios temos de assumir», admite Humberto Rocha. Ainda assim, o grupo recorreu a uma certa subtileza e tentou abordar algumas das suas experiências enquanto alunos da UBI. Trata-se da história de dois amores complicados, em duas gerações separadas pelo tempo, mas a luta contra os medos interiores é superada por Olívia e pelo sr. Manuel.

Foram cinco dias intensos de rodagem que decorreu sobretudo no centro da Covilhã, em que todos participaram gratuitamente. «Achei extraordinário que a Teresa Madruga tenha recebido o guião quatro dias antes e tenha começado a construír a personagem de imediato. Percebeu logo o que queríamos e trouxe ideias que ainda não nos tinham passado pela cabeça, ao nível do guarda-roupa, caracterização ou das músicas que teria de dançar», exemplifica Humberto Rocha.

Da participação de Orlando Costa, os jovens cineastas elogiam «tudo aquilo que nos ensinou ao nível da direcção de actores. Foi incrível como, para além de nos ajudar com a sua experiência, esteve sempre disponível para receber as nossas indicações», lembra. Orlando Costa mostrou-se agradado com o convite: «Estes são os profissionais do futuro da minha actividade. Para além disso, tenho um amor muito grande à minha profissão e é por isso que trabalho aqui, à borla», revela. Ainda assim, destaca o profissionalismo dos estudantes: «Têm uma preocupação muito grande para que tudo saia perfeito. Tiro-lhes o meu chapéu, pois quem está a aprender trabalha mais». A aprender, apesar de já ter terminado o curso de teatro, estava também Cláudia Manuel, a protagonista. Os realizadores viram nela «a imagem, a subtileza e o sarcasmo que se pretendia para a Olívia».

Um trabalho que também Rui Santos (César, no filme) elogia. Esta não é a primeira vez que o actor colabora gratuitamente com jovens realizadores. Por isso, incita as empresas a também elas financiarem o cinema português: «É preciso apostar na qualidade e na divulgação. Se os filmes forem bons e bem divulgados, o que é muito caro, há retorno, depois, em bilheteiras». Pedro Azevedo, agora a trabalhar em Madrid, defende que «estes projectos não podem ficar na gaveta ou no Youtube. Há que enviá-los para festivais para conseguir projecção e, quem sabe, prémios». Humberto Rocha e os colegas de projecto são da mesma opinião: «Concorrer a apenas um ou dois festivais é muito pouco. Queríamos ter o filme a andar um ano, pelo menos, no circuito europeu de festivais, mas até isso custa dinheiro. Esta seria uma boa forma de projectar e divulgar o curso», rematam." in O Interior
por Igor de Sousa Costa

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Rodagem, Resquícios da Memória


'Foi a semana mais dura e deliciosa dos últimos tempos! Melancolia surge agora que acabou…. O regresso a casa tão desejado afinal custa.

São dias de bruta agitação de minúsculas horas de sono, de calor medonho de discussão e rabugice, mas são dias de sorrisos por cada take bem feito e por cada piada que surge das mais ridículas situações! Cada “esta feito” era um suspiro de alivio mas só nós sabemos como queríamos repetir vezes sem conta o ultimo plano para que não acabasse! Foi uma experiencia extremamente positiva que guardarei sempre no coração! Mais um passo no meu crescimento como actriz, por tudo que aprendi com todos …que me ensinaram tanto em cada palavra, movimento e dedicação.

Obrigada pela paciência e pelos momentos de profunda diversão.

Azeitonas que a terra produziu….

Oliveiras da minha jornada……

Um abraço sem fim!'

by Cláudia Manuel in 01/07/08 (1 dia após o término da rodagem)